Sangy

Glorioso

Textos


Sofás, Poltronas e Cadeiras

Foto: pixabay

 

Como pensam os sofás:

- Tantos esfregões no meu colo, “relax”,

Longos, quatro lugares, papos, decisões

Ombro a ombro, tantos familiares, amigos

Relembram o tempo que foi bom comigo!

 

Quando chegam cansados,

Ouço seus pensamentos:

Vale a pena sentar de novo no meu sofá

Sim, sou escravo e patrão, tênue e ético,

Mas sou feliz assim e também fiel

Contudo, de tudo o que ouço, nada falo!

Sou apenas um móvel, não sou cruel!

 

 

Como pensam as Poltronas:

- Rolo pra lá e pra cá,

Viram, reviram, mudam-me de lugar

Como muda a vida também

Tenho meu xale solitário

Fico “chic no úrtimo”, legal

Ouço versos a tantas e tantas horas

Nas madrugadas afora!

 

Vejo a solidão, quando passam por ela,

Nas saudades e nas despedidas dela

Poltronas, apenas um espaço!

Onde a poesia quer e gosta de chegar

Bem próximas dos corações solitários

Não divido meu espaço, não espalho ideias!

Não vagueio! Sou poltrona, onde, também

Cavalga-se sem nenhum arreio!

 

O que pensam as Cadeiras:

- Sirvo-lhes à mesa, onde lá,

Soerguem-se chamas ao calor das fomes,

Ao sabor das essências, ao papo sedento,

Ao tilintar as taças quando em mim,

Entoam “parabéns pra você”,

Tenho minha mesa, irmãos, seis cadeiras

Aroma de vinhos, às sombras das parreiras!

Parreiras, são pomares sem fim!

Entra! Senta, fica à vontade!

Ao frescor das uvas!

Saúde! Tim-tim!

Sangy
Enviado por Sangy em 01/07/2025
Alterado em 01/07/2025


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