Sangy

Glorioso

Textos


foto: pixabay
 

A Engenharia e o Amor

Nosso cafofo é um mafuá

Arrumadinho, serve até de cenário pra filmar

Mas desarrumado, é porque a noitada foi boa

Ninguém dá um tiro à toa

Se não quiser acertar o alvo

Mas, com certeza, são as tralhas,

Espargidas pelo chão e pelo corredor,

Que são testemunhas do que foi bom.

 

Nós dois, na engenharia para esse amor,

O que podíamos construir,

Construímos!

Acertamos nosso vinho,

Arregaçamos as mangas,

Os ânimos com boa vontade se afloraram,

Juntamos lado a lado as cadeiras,

Arrepios à beça e trançamos os braços

Trocando as taças até secar o último gole

Naquele esfregaço.

 

Formigamentos,

Calor do bom e torturante

O que mais queria era você, amante

Até que as camas bem esticadas e vazias

Ficassem, de vez, num furdunço

Onde um homem e uma mulher

Desenhassem e realizassem numa noite só

A arquitetura desse amor

E ganhassem o jogo

Descortinando o ambiente,

Derrubando muros, construindo passagens.

 

Juntamos vidas

Numa ponte segura onde o tempo

Por mais que houvesse um cataclisma

Pudesse tremer mais que nossa paixão,

Nosso frenesi foi desordenado

Porque, se lá tivesse ordem,

Não seria bom e o cafofo não seria tão fofo

Dormiu a noite, realizaram-se os sonhos,

Saciando a fome na madrugada calada

O vinho acabou em sedenta talagada,

E aí, para a engenharia do amor,

Não devemos nada!

 

Sangy
Enviado por Sangy em 30/04/2025


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