Na calada da madrugada
A gente toca o alvoroço
Tralhas pelo chão
Promessas ao léu
Pelo sim, pelo não
É quase manhã lá no céu.

Mais um céu de verão
Olhos abertos no alvorecer
Curtindo, antes das cinco,
Mais um amor acontecer
Na madrugada ainda rasa
Respiração ofegante
No calor incessante
A paisagem, é paisagem escura
Como espelho sem aço
Que o pedaço obscura.

Oferendas, beijos e abraços
A gente ama de paixão.
Deflorando o azul do céu
Vem o sol em brasa nos abençoar
Forte, dominante e imponente
O astro-rei rasga o nascente
É igual ao amor da gente, ressurgente
Bate à nossa porta
E, mesmo sem a porta se abrir,
Com todo apetite,
Entra apaixonado, sem medo,
Sem licença, sem pudor
E sem convite.