Madrugada
0 Mundo ainda se levanta
Leio panfletos
Jornais e sonetos
Busco palavras de alegria
Para tecer o nosso dia
Entre amigos e amigas
Em um Mundo virtual
0nde mais virtual é a gente
Andando feito formigas

Na cidade grande
Calejado da vida
Tira-se leite de pedra
Joga a linha e a isca no anzol
Pra pegar outros peixes
0utros bronzes
Debaixo do sol

Eita, Mundo virtual
Vivemos cegos e sem capuz
Num campo minado
Do teatro de operações
0nde tombamos inocentes
Sem fazer jus

E nele tomba
Essa vida virtual
Não dá troco nem gorjetas
Só filas e contas a pagar
E glórias por nossa fé
0nde o côro diz: Amém

Eh,  Mundo virtual
Sem lei e desigual
Mas tão "bão" de amores
Nos dão frutos e até flores
Tão torto e tão sortido
Mas tanta gente precisa dele
Mesmo
Entortado, velho e sofrido.


Ei! Psiu!... Silêncio!
0uça a canção do Mundo,
A dança da chuva,
0 flash do raio e do trovão
0uça o assobio louco do vento.
0uçam as palavras de lamento
Numa  ideia de girico
Publicada na resenha do jornal:
-0 dia acabou tristonho
Sem palavras de alegria
E molhado do temporal.