Sangy

Glorioso

Textos

A Pipa
A pipa, então presa à linha e em seu nó,
Denuncia seu cabresto voando ao léu
E palpita ao vento:
- 0lha! 0utras pipas vivas entre nós

- E o vento assanhado nem se toca
  Sopra as pipas ensandecido pelo sol
  E cruza as pipas virgens lá no céu

- Bailo e abdico da minha liberdade
  Para encantar crianças e jovens
  E dibicar minha ginástica rítmica
  Até a corda rebentar e acabar o nó
  Agora, cortada e solta, dou-me conta
  Que minha beleza é estar presa
  Ao cair, flutuo, danço e desço adoidada
  Faço curvas alongadas, agoniada
  Querendo à linha prender-me pelo nó
  Reclamo ao vento outra vez em vão
  Sentia-me feliz naquela prisão
  Bailando de mão em mão
  Vôo agora livre do cabresto
  E outra pipa quer me aparar antes do chão
  Caio livre das linhas mas presa na vontade
  De ensinar, lá do azul do céu, outros jovens
  E de incentivar, aqui na Terra, as crianças
  A dançarem em liberdade sem dó
  Soltas da linha, do cabresto e do nó.
Sangy
Enviado por Sangy em 19/01/2019
Alterado em 08/09/2020


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