Crepúsculo
Cai a tarde Mais um dia cai também. Cadeiras nas calçadas, o disse-me-disse... A tarde não pinta o crepúsculo Quem pinta é o sol que, triste e saudoso, vai indo Lento como a prece das seis Pra pintar amanhã outra vez Pássaros voam, acenando adeus Entre praias, desertos e penhascos E o sol, com seus raios Agarrados à Terra firme, Quer ficar mais entre nós, mas não dá. A brisa vespertina, numa agonia lenta, Tremula e murmura, em vão, seus ditongos: - Ei!... 0i!... Ai!... part... iu! E ela se foi... a tarde se foi sensual e encantadora E despejou suas alegrias aos encantos da lua A tarde seguiu o sol, surdo, soberbo e rabugento Ela não quis ecoar Seu clamor resmunguento. As tardes e seus encantos esvaecem E o horizonte como protagonista, Como pano de fundo, bonito, Sem as saudades e sem as lembranças, É apenas, divinamente, o infinito. 0h! Pedaço de Beleza 0h! Terra de sonhos Em nome dos devaneios Complete nossa platéia nesta tarde Que homenageia a despedida do sol Tão bondoso, tão justo e gracioso Só não deixe cairem por terra as flores Que cobrem essa fúnebre partida. Sol: Luz aos olhos de nossos amores.
Sangy
Enviado por Sangy em 14/12/2018
Alterado em 07/12/2021 |