0 que  escrever quando o pensamento não  curte nossos sentimentos e quando o pensar requer sossego e tirocínio mas não os tem?
E o que há detrás desse pensamento e atrás dessa escrita e entre  o id, o ego e o superego? Explica-se mas não se sabe se isso bate no mesmo compasso na multidão e no vácuo entre a inspiração, o pensar e o digitar e cala-se uma dica assim falível, aquela que rege a emoção, a razão e o egoísmo: o "eu": - Eu avisei; Eu falei pra você; Eu já sabia; Eu sinto muito; Eu... -Falemos de vez a cada um de nós bem baixinho para pensarmos e decidirmos por si só, se a pauta está ferida ou se está  curada. Aquela pauta mais pensada do que escrita e que o pensamento a nega às conduções e também  simplifica qualquer desejo de amar, trabalhar, servir e divertir quando tão somente nos  guiamos pelas leis, quaisquer leis.
Ao abatermos os sentimentos maus e rogarmos o perdão sentindo a dor do outro mas sem poder dizer-lhe uma palavra viva que viva por segundos da hora num pouco tempo dado à história  editada ao bel prazer das cabeças que nem pensam nem deixam a dos outros pensarem e é aí que vem o descompasso. 0 descompasso, mesclado ao perigo da solidão e do silêncio sem pena e sem dó, pára numa aritmética, sem direito a retoques e correções pelo tempo.
0 tempo é matemático, é exato e simplifica as honrarias e as vantagens dos ignorantes, das cabeças que não pensam ou não delegam o direito de pensar e  editar o fardo  melancólico e saudoso de quem só repete frases  deixadas ao relento e cansadas de serem ouvidas no trem da vida sem mudá-las ou trocá-las de curso, somente as fazem circular pelas belezas ou impurezas dos que pensam diferentes do ponto de vista delas ou da correria exausta, titubeando entre lacaias amorosas para não ser engolido de vez pelo próprio veneno que exala de um analfabetismo crônico e dispensável - quando se quer - para marcar como se marca a ferro e fogo a carne tão  dolorosa de quem não pode escolher nada, somente sentir, cair e levantar, seguindo a fila onde aumenta a afliçao entre mim e ti e a de quem pensa e escreve sem  deletar a idéia de que somos os nossos únicos terapeutas  para acalmarmos a ignorância  que nós mesmos às vezes  cultivamos em canteiros alheios. Assim gritos e mais gritos debaldes e frios geram  também o grito dos inocentes.